sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Um ano cheio!

O blog Doulas de Portugal faz hoje um ano!
Há um ano atrás éramos duas mulheres com um grande sonho. Regressadas de Londres, com as palavras de apoio de Liliana Lammers e Michel Odent, queríamos plantar uma semente de mudança num país.Foi com este blog que começámos a passar a palavra. Ao longo deste ano démos a conhecer o papel da doula na humanização do parto, divulgámos evidências científicas sobre cuidados perinatais e partilhámos o nosso grande amor pela causa da dignificação do parto e nascimento em Portugal. Surgiram os convites para entrevistas e conferências, as doulas surgiram na imprensa e na televisão portuguesa. Conhecemos outras pessoas que também já tinham escrita esta missão nos seus corações. Hoje somos muitas mais, criámos uma Associação sem fins lucrativos, organizámos acções de formação, existem doulas a prestar apoio às famílias um pouco por todo o país. Mães de todos os lados agradecem a dedicação e apoio das doulas e reconhecem a importância do seu acompanhamento. Nasceu um movimento humano que não pode mais ser parado.
A todos quantos se têm juntado a nós, e também aos que nos têm dado a oportunidade de divulgar o nosso trabalho, o nosso muito obrigado.A semente germinou, o sonho é agora um projecto de trabalho bem real, com mudanças já visiveis a cada bebé que nasce de uma forma mais saudável, mais pacífica e com ele nasce uma mãe mais forte, segura e feliz.
Juntos temos uma enorme missão pela frente.
Que seja reconhecida a importância e profundo significado do parto e que a mulher seja respeitada como sua verdadeira protagonista. Que melhore a forma como nos tratamos uns aos outros no precioso momento do ínicio da vida. Pois é aí que nasce a esperança de um mundo melhor.

Como disse Michel Odent: "Para mudar o mundo é preciso primeiro mudar a forma de nascer".

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Amamentação versus Obesidade

Actualização efectuada à Pesquisa com o tema: Duração do Período de Amamentação versus redução do risco de obesidade.

Um estudo entre 2087 crianças australianas concluiu que, os bebés amamentados durante pelo menos 1 ano eram mais magros, do que aqueles que eram desmamados mais cedo.
Observou-se ainda que os bebés que não tinham sido amamentados de todo eram os que apresentavam maior tendência para a obesidade. (1)

Uma meta-analise dos estudos existentes com as variáveis, duração do período de amamentação e o risco de obesidade, demonstra fortemente a associação entre um longo período de amamentação e a consequente diminuição do risco/probabilidade da criança vir a ser desenvolver obesidade.(2)

Dezassete estudos incluídos apresentavam conclusões demonstrativas de ratios de probabilidades e intervalos de confiança de cerca de 95%, na associação entre a amamentação e a duração do período de amamentação.

A duração da amamentação estava inversamente associada ao risco de obesidade, isto é, quanto maior o período de amamentação menor seria o risco da criança ser obesa. (coeficiente de regressão = 0.94, 95% intervalo de confiança: 0.89, 0.98).

Análises categóricas confirmaram o seguinte nível de associação :

- < de 1 mês de amamentação: ratio de probabilidades = 1.0, 95%
intervalo de confiança: 0.65, 1.55;

- 1-3 meses de amamentação: ratio de prob. = 0.81, 95%
intervalo de confiança. = 0.74, 0.88;

- 4-6 meses de amamentação: ratio de probabilidades = 0.76, 95%
intervalo de confiança = 0.67, 0.86;

- 7-9 meses de amamentação: ratio de probabilidades = 0.67, 95%
intervalo de confiança = 0.55, 0.82;

- > de 9 meses de amamentação: ratio de probabilidades = 0.68, 95%
intervalo de confiança = 0.50, 0.91.

Notas do texto:

(1) Burke V et al (2005). Breastfeeding and Overweight: Longitudinal Analysis in na Australian Birth Cohort. J Ped 147: 56-61

(2) Harder T et al (2005). Duration of breastfeeding and Risk of Overweight: A Meta-Analysis. Am. J Epidemiol, available online in advance of publication.


Esta é uma actualização da UNICEF UK Baby Friendly Iniciative.

Fonte
UNICEF UK Baby Friendly Iniciative http://www.unicefcomms.org.uk
Texto traduzido e adaptado por Sónia Sousa

domingo, 18 de setembro de 2005

Ovários Congelados Poderiam Ajudar no Combate à Infertilidade

da EFE, em Londres

Uma nova técnica de congelamento e transplante de ovários completos poderia ser utilizada, dentro de poucos anos, em mulheres que enfrentarem tratamentos que possam deixá-las estéreis, publica nesta quinta-feira a revista "Human Reproduction".
Segundo esta publicação britânica, uma equipa israelita conseguiu produzir embriões a partir de ovários implantados em oito ovelhas, que tinham sido congelados previamente.
Ainda que esta técnica já tenha sido eficaz com tecido do órgão, a vantagem de extrair o ovário inteiro é que, desta maneira, os vasos sanguíneos são conservados. Da outra forma, era necessário fazê-los crescer artificialmente.
Os pesquisadores extraíram o ovário direito de oito ovelhas e congelaram-nos para reimplantá-lo duas semanas mais tarde. Cinco dos oito transplantes foram satisfatórios: o fluxo sanguíneo foi retomado rapidamente.Dois dos ovários produziram um óvulo cada um, enquanto o outro, que foi estimulado artificialmente, produziu quatro. Os seis óvulos obtidos foram então estimulados com produtos químicos e conseguiram desenvolver embriões sem fertilização, um processo chamado partenogênese.
Dois anos mais tarde, uma ressonância magnética em uma das ovelhas demonstrou que o ovário transplantado continuava a funcionar normalmente.
Amir Arav, chefe do projeto, disse à "Human Reproduction" que "isso poderia revolucionar o campo da crioconservação [preservação mediante congelamento] para diversas aplicações em humanos, como o transplante de órgãos ou para ajudar mulheres que enfrentam a perda de sua fertilidade".
Actualmente, o transplante de órgãos vitais - como rim, fígado, coração ou pulmão - deve ser realizada poucas horas após a doação. A nova técnica poderia ser utilizada também para a conservação de espécies animais em perigo. A mesma equipa congelou recentemente o ovário de uma gazela que corre o risco de extinção para que ele seja transplantado em outro animal da mesma espécie no futuro.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Risco Acrescido de Alergia ao Leite de Vaca em Sequência de Cesariana



por Will Boggs, Médico
Nova Iorque (Reuthers Health).
13 de Setembro de 2005

Crianças nascidas de cesariana têm um risco duplamente acrescido de ter alergia ou intolerância ao leite de vaca quando comparadas com outras crianças, segundo uma reportagem na edição de Setembro da revista „Allergy“.
„Se as descobertas se confirmarem e o mecanismo subjacente se mostrar aliado a uma flora microbiana intestinal alterada, isto abrirá possibilidades muito interessantes no tratamento futuro a doenças alérgicas.“, disse à agência Reuthers Health o Dr. Merete Eggesboe do Instituto Norueguês de Saúde Pública, em Oslo.
O Dr. Eggesboe e seus colegas, que já anteriormente anunciaram uma associação semelhante entre a cesariana e as alergias ao ovo, ao peixe e aos frutos secos, investigaram a possibilidade de uma ligação entre a cesariana e a alergia/intolerância do leite de vaca em 2656 participantes no Oslo Birth Cohort. Embora por parte dos pais não houvesse ligação entre o tipo de parto e as reacções da criança ao leite, os autores demonstram que a alergia/intolerância ao leite é duas vezes superior entre crianças que nasceram por cesariana do que entre aquelas que nasceram por parto vaginal.
Nenhuma das crianças diagnosticada inicialmente com alergia/intolerância ao leite mas que ficara tolerante aos 2 anos e meio de idade, tinha nascido por cesariana, notam os investigadores, sugerindo assim uma associação negativa entre tornar-se tolerante e a cesariana.
„Os resultados deste estudo não se podem explicar pelas diferenças entre crianças com ou sem pré-disposição, vindo, desta maneira, reforçar a teoria de que uma colonização intestinal inicial tem um papel na etiologia das alergias alimentares.“, concluiram os investigadores.
„Nós iniciámos uma investigação sobre a microflora intestinal nas crianças, relacionando-a com o tipo de parto e com o aparecimento de doenças alérgicas.“, diz o Dr Eggesboe. „O nosso objectivo é estudar se alguma das alterações observadas na flora intestinal associada ao tipo de parto, está também associada ao desenvolvimento de doenças alérgicas.“
Allergy 2005;60:1172-1173.
A ADP agradece à Doula Ana Raposeira, a disponibilidade para a tradução deste interessante artigo.

sábado, 3 de setembro de 2005

PREPARAÇÃO PARA O NASCIMENTO DE UMA MÃE


com Catarina Castro

De 17 de Setembro até 22 de Outubro 2005

De uma forma assumidamente informal vamos falar de gravidez, parto e pós-parto essencialmente na perspectiva da mulher/mãe. Vamos sobretudo tentar encontrar a nossa própria intuição e olhar para o parto como uma fase cheia de simbolismo na vida de cada mulher. Vai ser partilhada alguma informação actualizada que permita aprofundar a auto-responsabilização da futura mãe. Vamos partilhar algumas dicas para o trabalho de parto, a amamentação e o baby blues. Estão previstos relatos de parto na primeira pessoa, actividades artísticas e jogos.

Para:Grávidas de mais de 6 meses (pela primeira vez ou não)
Mas também:Grávidas em geral (pela primeira vez ou não). Mulheres que querem ser mães.

Estrutura:6 sessões de 2 horas cada. Aos sábados das 10.30 às 12.30h
Preço: €60 / 6 sessões

Catarina Castro – Mãe de uma filha e um filho; Doula; Voluntária da linha SOS Amamentação.

Informações e inscrições: 969 127 516

Integrado no programa de Seminários para 2005 do Instituto Macrobiótico de Portugal.

Mais informações em:
http://www.e-macrobiotica.com/novevent/seminarios.htm